quinta-feira, 9 de junho de 2011

Entrevista com Aliado G - Face da Morte


Salve Aliado G, tudo na paz ?
Aliado G: Estou em paz com minha consciência porque estou lutando para construir a verdadeira paz.

Como rapper todos te conhecemos, fale quem é o ALIADO G candidato a deputado estadual pelo PCdoB?
Aliado G: Aliado rapper sempre cantou a mudança, Aliado Deputado terá condições de realizar parte dessas mudanças. Resumindo, Aliado G rapper e o Aliado G candidato são a mesma pessoa. O que muda são os instrumentos que temos para lutar. Como em uma guerra, cada um tem sua posição, existe a artilharia, aquela que abre caminho, e a infantaria os responsáveis para ocupar o caminho que foi aberto pela artilharia. Como Deputado passo a ser artilharia. Ouvi uma coisa interessante em relação a esse tema. Realizamos uma plenária a algumas semanas, com manos do hip-hop de todo o estado de São Paulo. Um rapper pegou o microfone e pediu para o público que dissesse o nome de um Deputado Estadual. Ai ele falou: “Vocês não sabem? Eu também não. Por isso voto no Aliado G. Pois esse eu sei quem é, e o que faz!”

Porque resolveu entrar para política ?
Aliado G: Não resolvi entrar para a política. A política existe independente de nossa participação. Não participar da política é como parar o relógio para economizar tempo e o tempo não existe em função do relógio. Como disse acima, como deputado terei mais poder para ir de encontro com que sempre cantei.

Como vê a ala do movimento que é totalmente avesso a esse sistema de política?
Aliado G: Um jornalista me perguntou se toda música tem que ter teor político. Respondi que toda cultura é uma expressão política. A cultura quando não é engajada, está contribuindo para a manutenção do que está ai. Quando é uma arte engajada questiona e pede mudança. É uma arte revolucionária. Os manos do hip-hop são pessoas que produzem arte e a eles se aplicam o mesmo conceito.

Você não tem receio de entrando, acabar sendo mais um?
Aliado G: Claro que não, se tivesse, seria como uma pessoa que não entra num baile gay com receio de mudar de orientação sexual. Só tem medo de virar mais um quem não tem convicção. As vezes as pessoas dizem, “mas fulano se vendeu…” Ele não se vendeu, sempre esteve a venda. O que encontrou foi comprador. E quem se vende é porque falta convicção.

Como reagiria se fosse coagido a participar de alguma coisa tipo sanguessuga, mensalão?
Aliado G: A política é a arte de fazer acordos. É importante que todos tenham noção disso. Eu para fazer política também terei de fazer. Mesmo antes de entrar já fiz minha opção com quem farei esses acordos, e será com o povo que farei acordo, com os jovens das periferias, com o hip-hop, com os movimentos sociais, pois venho desses setores e com esses que quero negociar. Tenho orgulho de pertencer ao Partido Comunista do Brasil por seu ideal e sua história de luta, mas também porque é um dos poucos partidos a se sair ileso a todas essas denúncias. O PCdoB não entrou para a história pelas portas dos fundos.

O que pretende trazer de benefício para o hip-hop se elegendo?
Aliado G: Bom, como o MV Bill declarou recentemente, o primeiro benefício é o de ter o primeiro rapper como deputado estadual. Isso dará possibilidades ao hip-hop das quais hoje nem conseguimos imaginar. Se você perceber como funciona o processo eleitoral no Brasil verá que existe a iniciativa privada financiando as campanhas. Uma empresa de plano de saúde, ou uma escola particular, irá financiar a bancada que irá fazer o lobi da saúde e da educação privada. É por isso que não temos acesso a essa ¿mercadorias¿. Pois se existissem escolas ou hospitais de qualidade as empresas que comercializam esses direitos quebrariam. Eu quero ser eleito para fazer o lobi do povo.

Como fica o grupo Face da Morte se você ganhar nas urnas ?
Aliado G: Nada muda, o Face da Morte vai continuar mostrando a face desse sistema, a morte daqueles que não tem dinheiro para ter acesso a ¿mercadoria¿ saúde. A morte que o capitalismo produz. E produziremos a morte do capitalismo, para termos no futuro sorriso em nossas faces.

Acredita que dá para aliar os dois trabalhos ?
Aliado G: Não só acredito como tenho um belo exemplo de que isso é possível. O exemplo de que podemos aliar os dois trabalho tem nome e sobrenome, chama-se Gilberto Gil, Ministro da Cultura e um grande músico. Aliás, como ministro temos que tirar o chapéu, criou por exemplo os pontos de cultura que possibilita tornar um favelado num gestor de cultura, que hoje está produzindo música, vídeo, livros, etc.

Você foi na Daslu com o MV Bill, acha o que daquele lugar e acredita que foi valida a ida do Bill lá?
Aliado G: Estive a convite do MV Bill no lançamento do livro Falcão na Daslu. O hip-hop fala tanto em mudança e melhoria, mas como iremos melhorar toda a sociedade, somente fazendo ações entre agente se o verdadeiro inimigo não está entre nós?
A HK, o G3 e o AR-15 que aparecem no documentário do Bill chegam no morro de que forma? A cocaína, a maconha vem para o Brasil de navio, de avião. E você já viu favelado no morro que tem navio e avião? Fomos lá e dissemos em alto e bom som. Que quem financia a estrutura do tráfico de drogas é gente que faz compras na Daslu. Precisamos ocupar esses espaços. Nem eu nem o Bill fomos lá cantar nem dançar, fomos debater algo que hoje preocupa toda a sociedade que é a questão da violência. Preocupa eles porque essa violência hoje bate na porta deles. Independente disso não podemos mais conceber eleger gente defendendo o fim da violência com discurso como do Coronel Ubiratan, do Conte Lopes, do Afanasio Jazadji, do Romeu Tuma ou de Edson Ferrrarini, todos deputados. E só de um desses perder uma cadeira para mim, já é avanço nosso!

Como anda a Nação Hip-Hop Brasil?
Aliado G: A Nação Hip-Hop Brasil hoje tem surpreendido até mesmo eu que ajudei a organizar dês do início. Tive a honra de ser convidado a presidi-la, a entidade tem pouco mais de um ano e meio e hoje já está em 21 estados, em São Paulo tem presença em mais de 40 cidades. Recebemos o convite do presidente Lula e eu passei a integrar o primeiro Conselho de Juventude da história da república. Lançamos o livro Hip-Hop a Lápis que já esta na segunda edição, acabo de receber o convite de ir fazer o lançamento do livro na feira internacional do livro em Paraty. Lançamos uma coletânea com 15 grupos de 12 estados brasileiros. Isso para destacar alguns projetos.
Pode surgir alguém que diga que tudo isso foi construído somente para eu ser eleito. Nenhum outro candidato a deputado estadual montou entidade em mais de 20 estados. Para ser deputado em São Paulo não tem sentido desenvolver projeto no Rio Grande do Sul ou em Pernambuco. E mesmo se tivesse feito tudo isso somente por causa da candidatura, responderia aquela outra pergunta sua, e essa já seria um ganho para o movimento hip-hop mesmo antes de eu ser eleito.

Quem quiser votar em você, faça seu comercial e mande seu numero.
Aliado G: Para votar em mim é fácil, basta digitar para deputado Estadual 65013. Mas não quero apenas ganhar votos. Como no filme matrix haviam duas pirulas; a azul que leva as pessoas a viver no mundo do Matrix, e a pílula vermelha que traz as pessoas a realidade. Quero fazer dessa campanha e posteriormente de meu mandato uma fábrica de pílulas vermelhas. E precisamos de um exercito de pessoas para levar pílulas vermelhas para todos os cantos. Dessa forma 65013 será o voto mais rebelde, 65013 será o voto mais consciente, 65013 será um voto qualificado. Quem quiser se alistar nesse exercito de fabricantes de pílulas vermelhas pode fazer de diversas formas, como reproduzindo esse debate em seu grupo, na sua posse, na sua escola. Pedindo voto a parentes, a amigos. Entrando em contato e pedindo material e montar um comitê de campanha em sua quebrada.

Considerações finais ?
Aliado G: Agradeço a oportunidade, e o espaço para eu apresentar um pouco do projeto que pretendemos desenvolver. Quem quiser mais informações ou entrar em contato, pode fazer em meu site www.aliadog65013.can.br
Somos todos aliados.
Aliado G

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