quinta-feira, 9 de junho de 2011

Especial Mulheres - Dona Kelly



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Mulher é a linha mais tênue entre a delicadeza e a fortaleza. Nossas guerreiras do Hip Hop deixaram de lado a fragilidade imposta pelos machistas de plantão e hoje mostram seus talentos sem descer do salto, segurando firme no spray, no microfone e nas pick ups. E o universo do Hip Hop antes masculino, foi contemplado pela presença feminina.


Cinderela do grupo Ao Cubo, Dona Kelly é uma mulher que além de linda, tem um vozeirão maravilhoso, uma feminilidade que não anula a característica de mulher com personalidade forte e marcante.
Ela iniciou na música aos 13 anos de idade e aos 17 formou-se em cabeleireira, hoje concilia as duas profissões, a cantora é proprietária do Instituto de Beleza Dona Kelly, vem de lá o visual sempre impecável com suas madeixas estilo Black Power.
Além de ser proprietária do instituto de beleza, vocalista do Ao Cubo, Kelly ainda se desdobra como esposa e mãe do Bruno, mas a Cinderela do Ao Cubo diz ser igual as demais mulheres “Não encaro minha vida como diferenciada das demais, pois as que me rodeiam, também tem a vida corrida, com a casa, filhos, trabalho…. Confesso que não é fácil, mas tento da melhor forma possível, realizar cada uma das tarefas com êxito e pra isso, uso o toque feminino, muito amor e carinho”, declarou Dona Kelly.
Quem ainda não a conhece agora terá oportunidade de conhecer um pouco mais essa Guerreira do Hip Hop, que concedeu entrevista ao Portal Rap Nacional.


Portal Rap Nacional - Você tem grande representatividade dentro do cenário Rap e Gospel, como você se posiciona perante esta situação?
Sempre com muita verdade, não esquecendo da minha origem, princípios e valores, sendo apenas eu em todas as situações. O bacana é que são dois mundos totalmente diferentes, onde existem pessoas que se identificam e admiram o trabalho.


Qual a sua evolução desde o primeiro cd até hoje?
No primeiro cd era uma idéia meio madura pra expor e eu não conseguia passar exatamente o que eu sentia… Hoje em dia acredito que consigo expor melhor a idéia que desde o início já era madura. É claro que não é fácil de fazer, é preciso estudar. Busquei em todas as artes técnicas de interpretação e escuto de tudo um pouco, vários estilos musicais, até mesmo os que não gosto, pra captar o lado positivo que cada estilo tem. A busca pelo melhor tem que ser constante, porque nunca devemos achar que já está bom, tem que estar excelente… Temos que buscar nos aperfeiçoar ainda mais em tudo o que fazemos, é isso que procuro fazer.
Despertar sentimento nas pessoas é muito difícil de fazer, hoje as pessoas parecem ser muito frias, tento encontrar técnicas constantes para conseguir chegar no íntimo das pessoas e tocá-las.


Onde buscou inspiração para fazer aquela maravilhosa interpretação digna de Oscar no vídeo clipe “Mil Desculpas”?
Risos… Lembrei-me de quando colocamos a voz no studio nessa música. Eu estava com dificuldade de expor o sentimento, ai os meninos do grupo me disseram: -“pensa que é o seu filho”, ai consegui colocar a emoção que a música pedia e pra interpretar melhor a música que não estava conseguindo.
E no momento da gravação do vídeo clipe, recordei da orientação dada pelos meninos no dia do studio, e lembrei de meu filho e me coloquei na situação que a personagem da música passava no momento.


Que conselhos daria para as guerreiras que lutam por um espaço e reconhecimento dentro do Hip Hop?
Penso que não só no rap, mas em qualquer coisa que se façamos na vida temos que ser verdadeiras. Ser você mesma, não perder sua essência, não querer ser o que você não é. Por exemplo: se você não é criminoso, então não tente passar a imagem de que é, pois na verdade você não é.
No rap não é diferente, o rap em si é um estilo musical que mostra muito protesto e verdade, e por ser protesto, por ter um grito de verdade, quem interpreta tem que mostrar o que realmente sente, tem que passar essa verdade.
Se você quer algo na vida tem que batalhar até o fim pra conquistar… Não esquecer dos objetivos, se está difícil pra você, olhe em volta, está difícil pra todas… Lute até o fim pra vencer e pra conquistar o seu objetivo.
Por exemplo: na escola as meninas querem ser olhadas, mas com respeito, pra isso, elas que tem que conquistar esse respeito. Se a vida inteira você quis que te respeitassem, pra que algum menino te olhasse de uma forma especial, então você tinha que se dar o respeito pra isso… Pois a forma como você se comporta será a forma que o próximo vai te ver, então você tem que fazer a sua parte, pra conquistar o seu objetivo.


Dona Kelly aproveitou a entrevista para desabafar e desfazer qualquer má impressão que possa ter ficado nesses anos de carreira.
“Quero aproveitar esse espaço para me explicar, pois talvez eu tenha passado a impressão de ser antipática e muito séria, mas na verdade tive que me colocar nesta posição, mais séria, apesar de ser bastante extrovertida também em minha vida particular. No início da carreira com  Ao Cubo, percebi que logo ao subir no palco, eu ouvia palavras de baixo escalão e nos camarins também, então precisei tomar uma posição mais séria e isso confundiu um pouco as pessoas de que eu era antipática, na verdade é uma forma de impor um pouco de respeito.” Finalizou Dona Kelly.
Um por todos, é o mais novo trabalho do grupo Ao Cubo, nele Dona Kelly esbanja mais uma vez talento nas canções “Filhos”, música que fala de sua infância e a de seu irmão Cleber, também integrante do grupo. Marca presença ainda na música “Terra”, com a participação de Planta e Raiz, na música “Põe na conta”, onde interpreta a mulher consumista e na música “Um por todos” que se destaca por ser a única voz feminina rimando numa canção onde o Ao Cubo, juntamente com várias participações do cenário hip hop, falam sobre a periferia.
Para quem quiser curtir ao vivo o talento de Dona Kelly compareça no dia 13/03 em São Paulo, a partir das 17h, na Saraiva MegaStore do Shopping Center Norte, para pocket show com Ao Cubo.


Entrevista e texto: Cristiane Oliveira
Fotos: Divulgação
Fonte: www.rapnacional.com.br

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