quinta-feira, 9 de junho de 2011

Especial Mulheres - Negra Li



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Negra Li, uma mulher que viu seu sucesso crescer e recebeu o reconhecimento não só dos amantes do Rap, mas dos amantes da MPB em geral.
Em entrevista a revista Raça de novembro de 2006 Negra Li disse “Se quer falar que sou pop, pode falar, se quer falar que sou Rap pode falar”. Hoje iremos falar da Negra Li Rap, aquela que iniciou cantando com Helião, Sandrão e DJ Cia no RZO, e hoje ganhou o mundo com seu talento musical e interpretativo mostrado na série Antônia e no filme homônimo.
A Menina Mulher da Pele Preta Negra Li, passou de banking vocal do RZO à parceira do Helião no cd “Guerreiro e Guerreira” lançado em 2004 e mais tarde em 2006 teve sua carreira consolidada quando lançou o cd solo “Negra Livre”.
Tantos sonhos realizados profissionalmente não foram maiores que a realização de ser mãe, em 25 de agosto de 2009 Li foi contemplada com a maternidade, nasceu sua filha Sofia.
Hoje, 09 de março, Negra Li esta na Alemanha para a pré estréia do Filme Antonia e para pocket shows ao lado da também cantora e atriz de Antonia Cindy.


E foi diretamente de terras Alemãs que Negra Li concedeu entrevista ao Portal Rap Nacional e é mais uma de nossas Guerreiras homenageadas.
Quais foram as pincipais dificuldades que você sentiu no começo da sua carreira dentro do Rap por ser mulher?
Eu era a única mulher no meio de uns 15 caras… o convívio era complicado, me vestia com as roupas dos meus irmãos e quase não falava nada. Tudo pra manter o respeito… naquela época ou vc se comportava quase como um homem, ou era taxada de galinha… O Rap era um mundo bem machista, todo dia tinha que provar minha capacidade, pra poder estar ali.


Você foi umas das percursoras feminina no Rap Nacional o que você viu de mudança positiva no meio Rap Feminino acontecer?
Quando eu comecei eram pouquissimas as mulheres no Rap… acho que esse espaço foi aberto, hoje é fácil encontrar um show de rap de uma mina, na noite de São Paulo. Outra mudança que notei é que as mulheres estão se arrumando mais, não é porque a gente canta Rap que não podemos ser femininas, não é ? Isso tb mudou bastante!!! Eu mudei bastante !!! Mas a mudança que mais me orgulha, foi ter introduzido outros temas no Rap, podemos rimar e falar de amor, dar conselhos positivos e não só falar em crime, armas e assassinatos.


Apesar das dificuldades o que mais ti motivou a continuar cantando Rap?
O Rap foi a minha oportunidade dentro da música e nunca vou esquecer disso. Faço porque gosto, porque acredito e vou levar comigo aonde eu for.


O que mudou na personalidade e na carreira da Negra Li com a maternidade?
Sofia, a filha de Negra li

Percebi que fiquei muito mais calma, eu era bastante ansiosa e preocupada com o trabalho. Agora minha prioridade mudou, é ela … a Sofia. Como ela está amamentando a levo pra todo canto … agora mesmo, estou na Alemanha pra premiere do filme Antonia e ela está aqui comigo. (foto)


Nos descreva o que é ser mãe.
Ser mãe é acima de tudo a responsabilidade de preparar alguém para uma vida. É amor incondicional, é renúncia a si própria, é um sentimento eterno que nos faz virar protetora. É a coisa mais linda do mundo… amo minha mãe, amo ser mãe !!!


Na hora de escrever suas letras , da tempo de pensar que muitas outras mulheres vão ouvir ,e que suas musicas podem influencia-las ?
Penso sim, penso que além de outras mulheres, jovens poderão ouvir minhas músicas, por essa razão sempre procuro passar mensagens positivas, de auto-estima e confiança, nas minhas letras. Sempre penso na minha mãe ouvindo a música, indiretamente penso em agrada-la… agradando a ela tenho certeza que agradarei a todas as mulheres.


Hoje em dia ja exitem muitas mulheres no Rap, e como você ja esta a mais tempo e ja conseguiu um reconhecimento , como é a reponsabilidade de saber que as mulheres que estão começando agora te veêm como inspiração?
Vejo isso com muita responsabilidade. Faço o possível pra valorizar o nosso trabalho realizando-o da forma mais profissional possível. Espero ainda fazer muito mais !!!


Nesse dia das mulheres fazendo agora uma retrospectiva da sua carreira quais foram as principais conquistas ? e o que ainda esta faltando?
Acho que consegui o reconhecimento do público como cantora. Passei por muitas críticas, em certos momentos fui bombardeada e tudo o que eu estava fazendo era correr atrás do meu lugar ao sol. Estudei, batalhei e acho que estou no caminho certo, mas ainda falta muita coisa… Quero um dia que o Hip Hop aqui do Brasil tenha a mesma estrutura do Hip Hop americano. Aí sim vai ficar lindoooo !!!


Qual a diferença da menina Negra-Li da Brasilandia que conhecemos no RZO a alguns anos atrás para a atual mulher que viaja o mundo todo a trabalho e tem sua música em até trilha de novela ?
Vc falou bem: naquela época eu era uma menina, comecei com 16 anos, criançona de tudo… Cresci, amadureci, e principalmente me aperfeiçoei… aproveitei esse tempo pra estudar, observar e aprender … As parcerias e o contato com artistas de renome que tive ao longo da carreira que trouxeram muito aprendizado, sou muito observadora !!!


Quando você iniciou sua carreira você ainda era uma menina, hoje a Negra Li é um mulherão que além de cantar muito também pode ser considerada por sua beleza um símbolo sexual, o que você acha disso.
Me envaidece, afinal sou mulher… acho importante as mulheres assumirem sua feminilidade, porém sou contra essa ditadura de peso ou tendencia de moda…
Beleza, nesse sentido de símbolo sexual, passa… o que vale é o talento !!!


Hoje em dia há varias letras de Rap que relacionam mulher com sensualidade, você acha que esse tipo de letra desmoraliza as mulhres no Rap?
Eu não gosto… por essa razão não ouço. Tem letra que é absurda demais, dá até raiva. Mas depois penso que tem gosto pra tudo e é isso aí.


Deixe agora uma salve para mulheres que acessam o Portal e que muitas delas também tem historias semelhantes a sua ….
Primeiramente quero agradecer pelo carinho e deixar uma mensagem de luta e batalha … sejam persistentes, estudem, trabalhem e não nunca desistam … É essa batalha constante do dia a dia que nos impulsiona a viver., e a sempre querer lutar por algo novo.


www.negrali.com.br
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Entrevista: Mandrake, Paula Farias e Cristiane Oliveira
Texto: Cristiane Oliveira
Fotos: Divulgação
Fonte: www.rapnacional.com.br

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