quinta-feira, 9 de junho de 2011

Entrevista com Facção Central



Entrevista

Rap Nacional: Primeiramente nos fale do ultimo cd de vocês. Como foi a aceitação do público, em relação a esse trabalho? A nível Brasil ..
Eduardo:
 Sinceramente quando nóis tava terminando de fazer as letras, na verdade a gente esperava até mais critica do que o CD “Versos Sangrentos” entendeu?, porque na verdade o versos sangrentos na minha opinião não chega a ter uma letra tão contundente quanto este novo, mas no final acabou acontecendo ao contrario, o publico em geral, critica mesmo, praticamente nem teve nenhuma, todo mundo assimilou bem, acho que chegou aquela hora em que nóis batemos tanto na mesma tecla que acho que a tecla quebrou, então, não precisa provar nada pra ninguém, então aquele bagulho, tipo assim, os caras tentaram criticar, tentaram derrubar, viram que não vai ter jeito, que não vai conseguir, então deixaram quieto ,então começaram ta ligado, ver coisa onde não existia, então desta vez todo mundo entendeu a letra. Porque já no versos sangrento que foi censurado já não tinha motivo nenhum pra todo aquele aue…
Rap Nacional: Mas será que o clipe não impulsionou este barato de ter quebrado um pouco, a critica ter vindo mais pesada por causa do clipe ?
Eduardo:
 O vídeo clipe na verdade é tipo assim, ele era apurado ( resumo ) de tudo aquilo que acontece entendeu, então na verdade ali a gente num tava ali com um código penal em baixo do braço, ninguém faz faculdade de direito, a gente num sabia em que determinado trecho do vídeo clipe a gente tava fazendo apologia ou não, entendeu, o que interessa na nossa opinião é a intenção que em momento nenhum foi fazer isso, claro que a partir do momento que você é exposto na mídia, claro, todo mundo ta ali, vai querer analisar, e aquele que não conhece profundamente o hip hop, o nosso estilo, sempre vai querer colar e criticar, porque, claro, o play boy ta ouvindo você falar: _ ai mano o boy é o culpado, ele tem que isso, aquilo, se ele dividi-se o q ele tem, talvez melhora-se a situação, claro que a partir deste momento o cara que é boy vai se sentir ofendido e vai criticar, como eles tem o poder da mídia o poder de tudo na mão, claro que eles vão tentar usar isso ai pra te zoar e na verdade foi o que tentaram e graças a Deus a gente tava do lado da favela e mostrou, ( nesse sentido ) a favela mostrou que era maioria, e ai a voz da favela predominou.
Rap Nacional: O Facção Central não é um grupo que em seus cds, chamam um time de outros grupos de Rap para participarem. Isso tem algum motivo, ou acaba acontecendo de uma forma natural??
Eduardo:
 Eu diria que é um bagulho de forma natural, porque letra é um negocio muito intimo, e o estilo do facção é um bagulho muito próprio, então quando você faz uma letra, normalmente, pra você fazer uma letra q vai ter participação você já está pensando no outro grupo e normalmente quando a gente compõe cd, nois estamos pensando ali no cd então ta entregue aquele assunto do cd então na verdade acaba q ficando um bagulho meio natural de você fazer uma letra , uma q chama a outra, uma q é parecida um bagulho regular, então na verdade quando você para pra analisar fica um bagulho tão intimo que não tem nem a vê você chamar alguém pra participar, nem rola….
Rap Nacional: É até legal você falar essa fita ai porque um grupo pode se sentir meio chateado, e pensar: “ah os caras fazem um barato só dele, não convidam e talz,…”
Eduardo:
Não, é aquele bagulho, respeito por grupo nois temo por diversos, entendeu, é que é aquele bagulho, cada grupo tem uma maneira de agir e de pensar, entendeu, na hora que você está compondo, a letra é um bagulho tão seu, tão intimo que você não vê ninguém participando, não é questão de pÔ, os cara se sentem, a letra deles ninguém pode colar pra cantar porque eles acham que vai estragar, é que na verdade você nem pensa nisso na hora.
Rap Nacional: Vocês estão pretendendo fazer algum clipe de alguma música do cd?? Aproveitando o tema, nos fale como foi que terminou, se é que terminou, a fita do clip “Isso Aqui é uma Guerra”.
Eduardo:
 Na verdade “Isso aqui é uma guerra” ficou só a especulação , ficou no ar , nem eles, nem eu sei como no final terminou, eu acho que o Maximo que aconteceu foi uma abertura de inquérito, os caras investigaram viram que não tinha o porque, entendeu, que na verdade nois estava ali mostrando a violência, que não foi nois que inventamos, a gente não pateteou nenhuma daquelas cenas que colocamos no vídeo clipe, ae os caras entenderam isso ai, Em relação ao CD novo, é o seguinte a gente até tem a intenção só que tem vários fatores, né mano, o problema é que o bagulho é um custo elevado, então tem vários fatores que por enquanto estão impedindo, intenção você sempre tem.
Rap Nacional: Chegou até passar na mtv, uma matéria com vocês, que vocês iriam grava o clipe da musica “Eu não pedi pra nascer”…
Eduardo:
 Então, se rolar de ter o vídeo clipe, vai ser dessa musica ai.
Rap Nacional: Quais são as influencias musicais que o Facção Central tem?? Tanto nacionais, quanto internacionais…
Facção Central :
 Em matéria de letra, como ninguém aqui fala inglês, fica difícil pra você derrepente ter algum exemplo dos americanos, então ali você vai ter mais exemplo de base, estilo de produção, esse tipo de coisa. Agora do Rap Nacional, tem vários grupos, vários grupos ai , você ouve um bagulho aqui outro ali, entendeu. Agora pra te inspirar mesmo, é o dia a dia, o estilo de letra do facção, é esse. Primeiro que pra fazer algo semelhante você estaria que estar ouvindo de alguém, já seria uma copia e não teria nenhuma originalidade, então pra você ser original você tem que estar se baseando no dia a dia, a fonte tem que ser um bagulho próprio teu. Mas tem vários grupos que a gente ouve sim ta ligado,..
Rap Nacional: Influencia nacional, MPB, vocês costumam pegar alguma coisa para ouvir?
Eduardo:
 Não, Eu acho que a Musica Popular Brasileira é o RAP!
Rap Nacional: A música de vocês, tem como alvo principal, um presidiário esquecido no sistema carcerário, um ladrão que rouba para sobreviver, um traficante que trafica para não passar fome. Esses caras abordam você nas ruas?? O que eles acham do trabalho de vocês?
Eduardo:
 O Mano, periferia, favela, ta ligado, graças a Deus esse é o maior premio que nois conquistamos, nesses lugares o Facção Central tem respeito, as vezes nois não estamos na mídia , entre aspas, tocando na radio, as vezes nois não estamos com Vídeo Clipe, nem saiu CD, só que é ali que estamos sempre fazendo shows, ali estamos sempre na ativa. Então Normalmente quando os caras param, é sempre pra contar experiência da vida, ta ligado, sempre pra falar que a letra teve a ver com o que ele vive, sempre pra dizer “Ai mano o que vocês estão cantando é certo, a minha vida é assim, na quebrada lá todo mundo vive algo semelhante, e pow muitos caras falam que facção central só defende ladrão, e na verdade não é nem a questão de defender o ladrão, é que quando você ta na periferia, quando você ta na favela , você vê de perto o que que faz o cara se transformar em ladrão, então é claro, tua visão entende muito mais a transformação do que o playboy que está assistindo a vida numa TV de 60 polegadas, ta ligado. Porque normalmente aqui quem se transforma em ladrão, é teu irmão, teu parente, ta ligado, teus amigos de infância, e é claro que isso ai vai gerar uma comoção muito maior da sua parte, porque você vai sempre olhar e falar, porra, o maluco é sangue bom, cara de bom coração, ta ligado, sempre tentou trabalhar, sempre tentou ter seus bagulhos, só que mano porra, quem não quer ter um tênis da hora, quem não quer ter um carro, quem não quer ter uma casa da hora, um videogame, normalmente a mídia planta isso ai pra você na TV você vê que o bom é quem tem esses bagulhos. Então você está ali jogado, é aquele bagulho, você quer realizar teus sonhos e as vezes só tem um caminho ai você acaba indo pro crime, por isso que a gente sempre vai colocar de uma maneira mostrando que você entende o porque que ele vai pro crime.
Rap Nacional: Mesmo com muita gente gostando, e não gostando, o Facção Central sempre manteve o seu estilo de falar o que tem que ser falado, independentemente do que seja. Vocês não sofreram uma pressão, ou nunca pensaram em mudar o estilo de vocês??
Eduardo:
 Pensar em mudar nunca, mas pressão, toda mão, sempre, tem cara que fala ” Porra mano o Rap de vocês espirra sangue, o rap de vocês é isso, é aquilo, é só violência,” e nois tivemos a paciência necessária, um dia os cara vai entender, porque em primeiro lugar tava a intenção, a partir do momento que você sabe qual que é a intenção do bagulho fulano pode falar , pode colocar na mídia , no jornal, você tem sua personalidade, você sabe o que você falou, entendeu, e é ai que derrepente, os cara começou a olhar o facção central com outros olhos, derrepente nois faz um RAP aqui, e o playboy vem lá da puta que o pariu e fala ó mano, é apologia ao crime, e nois abaixa a orelha e pá, fica pianinho, o que que acontece, o publico vai falar, porra , os cara então tava falando merda mesmo, agora a partir do momento que você tem uma personalidade, pode falar o filha da puta que for, pode dar choque, nois pode estar sendo torturado, vai ser assim, o que a gente canta é o que a gente pensa, é a mesma coisa, é o jogador que chuta com a perna esquerda , você pode falar chuta com a direita, não adianta, ele vai sempre pro lado esquerdo.
Rap Nacional: Vocês acham que a música de vocês possa influenciar uma pessoa a entrar para a vida do crime, ou a aposentar os canos e seguir uma vida honesta??
Eduardo:
 É aquele bagulho, tem vários exemplos ai ta ligado, até voltando ao assunto anterior, tem maluco que fala que tava no crime e tal, ouviu uma letra e outra e se endireitou, então é complicado, a sua intenção é que isso aconteça , só que o problema é tipo assim, imagina tem um RAP é uma gota no oceano, se o Rap é um bom conselho, contra uma vida toda conturbada , uma situação dastrica, não adianta você ter um puta RAP um bom conselho, mais não vai encher a barriga de ninguém, não vai dar roupa boa pra ninguém, não vai dar creche, não vai dar emprego, é aquilo que acontece na periferia, é tipo assim, o cara ta no crime, ele sabe que esta errado, sabe que não deveria fazer e nem queria fazer, só que é aquele bagulho, entre passar fome e tentar algo, na periferia também, aquele cara que não trampa, não faz nada, não corre atraz, não comete um crime não faz nada, também é tirado, o maluco não vai ficar jogado lá passando fome e os pivete todo jogado, se você não vai fazer nada, você também é tirado, você tem que de alguma maneira segurar a bronca que você arrumou, teus filhos , tua família!
Rap Nacional: Eduardo, muita gente considera você um intelectual, um cara muito inteligente, que tem entendimento sobre muitos assuntos diversificados. Você chegou a terminar os estudos? Você pesquisa, costuma ler livros novos ou antigos, se informa, entre outras coisas?
Eduardo:
 Tem que ler, não tem outra alternativa, ai é a hora que né mano partindo do meu exemplo que tem só até a 5ªa serie, e de repente em alguns assuntos tem até autoridade pra falar porque entendo do que estou falando, é a hora que você vê o mal que a sociedade faz com o povo, pro cara ler um livro, primeiro que não tem a biblioteca, um livro custa caro, 40, 50 Reais no mínimo, então o cara não vai ter o acesso, então mano, a partir do momento que você lê, você automaticamente você esta se informando, então e´ complicado saber que eu tenho o estudo igual qualquer cara aqui da quebrada, tem vários ai que tem muita mais do que eu, só que na hora que você para pra debater um assunto, os caras nem imagina do que você está falando, tem muito rap que o cara ouve e não sabe nem que o você falou e é cara que esta quase pré para faculdade, porque não tem acesso a livro, a cultura nenhuma…
Rap Nacional: E as vezes o cara não se interessa também né mano ?
Eduardo:
 Claro, tem esse lado ai que é daquele jeito, se você não for atraz, ninguém vai trazer para vocÊ, então eu procuro ler muito livro relacionado a criminalidade, a presídio, porque é aquele bagulho, se você vai falar pros cara você tem que saber o que esta falando e não pode falar de alegre, se os cara vai comprar teu CD, vai gastar dinheiro com tua camiseta, então você tem que mostrar para eles, que você valoriza eles também da seguinte maneira, fazendo a melhor letra que você puder, se matando até o ultimo segundo para a letra ficar da hora, e acho que é isso ai que deixa o disco do facção, um disco forte, porque mano, da primeira a última letra, nois não temos nenhuma preferida, entendeu, só acaba o disco quando todas se equivalem!
Rap Nacional: Como é o processo de composição do Facção Central?? As letras são feitas de formas rápidas, ou são muitas horas dedicadas à composição de uma música?
Eduardo:
 Composição é um bagulho complicado, tem hora que você acorda e mata duas letras num dia, tem letra que você demora 15 dias, é complicado, por exemplo, no disco passado tem a musica “O homem estragou tudo”, que eu demorei uns 15 dias, o “Eu Não Pedi pra nascer” que eu demorei uns 40 minutos foi a que estourou, então é difícil você saber que tipo de letra fazer, é complicado, por isso que as vezes eu até falo que o bagulho é meio Chico Xavier mesmo, ta ligado, o cara manda e você poe no papel, porque as vezes você quer fazer uma puta letra achando que essa vai estourar e pá, só que na hora que você faz uma bem simples, que na tua opinião em matéria de letra nem chega perto das outras , é aquela que o publico gosta.
Rap Nacional: Já aconteceu alguma mão assim de tipo estar dormido , e falar porra é agora, levantar e escrever?
Eduardo:
 Isso é natural, é normal você tipo, ta aqui trocando idéia chega ali e pensa num bagulho, e vai só escrever aquele bagulho, só pra marcar, pra não esquecer e derrepente sai ali uma parte, ali você se interessa fica, quando vê se já matou uma musica.!
Rap Nacional: Eduardo, comente sobre a música que você fez pros manos da Febem…
Eduardo:
 Aquilo ali foi um bagulho, muita gente até falou, porra mano terminou o ano e vocês ganharam o prêmio do Hutus e talz,… premio importante, firmeza, só que o maior premio que ganhamos no ano, foi dois prêmios que eu ate mencionei em show, um foi na mão que nois fomos convidados a cantar na penitenciaria do estado no dia das mães, e fomos cantando, cantando, até que cantamos nois cantamos ”Desculpa mãe”, na mão que nois cantamos essa musica o bagulho foi foda, tipo a mãe dos cara chorando e os cara também, então você via que a letra ali bateu de tal maneira que não tem dinheiro que pague aquilo ali! Ai o outro premio foi esse ai, na febem os cara ia começar uma campanha de prevenção a AIDS, ai a principio era os cara da febem mesmo, que iriam cantar, os internos, ai ficou difícil para eles porque não tinha como levar estúdio, não tinha como eles virem para fora para fazer, então os cara falaram, ai escolhe um grupo de rap que vocês acha que representa vocês e faz o bagulho, então foi na mão, que os caras escolheram tipo por unaminidade o facção, uma escolha deles mesmo, e foi ai que fomos convidados para fazer o bagulho e isso ai foi um dos maiores prêmios ta ligado,
Rap Nacional: E essa musica já ficou pronta ?
Eduardo:
 Já ficou pronta, a parada dela é que ela só vai passar internamente, só dentro das febem do Brasil, porque foi uma musica totalmente feita para febem, na verdade é um panfleto cantado, ali só explicando passo a passo como se prevenir, como atuar, não só em relação ao sexo, mas também com droga , tatuagem, então é uma puta orientação para os moleques lá dentro, então só passa dentro da febem.
Rap Nacional: Será que vocês poderiam explicar a fita que houve no Hutus Rap Festival, quando pediram para vocês se retirarem do palco..
Eduardo:
 Na verdade o que aconteceu ali foi o seguinte, a gente tinha um horário, e o mano que tinha a programação dos horários tinha outro, então nois chegou na hora, e pelo horário deles nois já tinha meia hora a menos de show, e também teve uma complicação na hora de entrar, para entrar no evento demorou muito pros cara trazerem a fita credencial, então nois perdemos mais uma carinha de tempo ali, e na hora de cantar derrepente os caras queria que nois fizesse um show rápido, e na verdade o publico não gostou disso, foi mais ou menos o que aconteceu, então na verdade eu acho que o que aconteceu ali foi uma confusão dos horário, não culpo ninguém e é aquele bagulho, espero que nois tenha uma outra oportunidade ali no Rio de Janeiro, pra cantar pros cara, que mano, nois vimos que curte, ali é sem palavras, é só favela, então é interessante , até umas horas você estar cantando pros cara, vendo o respaldo, vendo o que eles pensam a respeito, muito cara fala, “Rio de Janeiro é só funk, e pá”, e na verdade não é assim, o RAP também tem muito espaço lá.
Rap Nacional: Então o pessoal ficou na mais vontade de ver o show do facção central?
Eduardo:
 É na verdade como diz na gíria, só assanhou as lumbriga né mano, porque os maluco tava ali pra ver o show, nois até tinha armado o esquema de umas 14 musicas, porque todo mundo falava,” porra, ai , cola la no Rio que vocês vão ver que os cara tão aguardando, faz um puta show,” então nois preparamos isso, chegou na hora e não deu, então aconteceu né mano.
Rap Nacional: Qual a opinião de vocês em relação à policia?? Vocês acham que eles estão realmente preparados para defender uma população tão grande, e sofrida, como a do Brasil?
Eduardo:
 Primeiro erro da policia é o seguinte, o policial é um cara favelado, mora perto de nois, vê qualé que é , sente na pele os mesmos problemas sociais, ta ligado, as vezes mora num barraco até pior que o seu, seca a farda escondido, sabe qualé que é , vive a mesma vida, só que na hora de agir, ele não age como uma pessoa que vem dos mesmos problemas, na hora de agir o celebro dele é como se fosse de um playboy, então ele trabalha na periferia, com raiva do pobre, trabalha na periferia com ódio mortal do ladrão, então ele já encara todo mundo como inimigo, na hora da abordagem é sempre com violência, na hora de falar com você é com ignorância, com desrespeito, e isso é tranqüilamente é despreparo, então eles não estão preparados para trabalhar na periferia, muito cara fala, porra, não generaliza porquê tem policial bom, até acredito que tenha, só que mano eu acredito também que não atua aqui na periferia não, porque normalmente, toda mão que você é abordado você é desrespeitado, os caras sempre são truculentos, como posso dizer, eles não sabem lidar com o povo que é povo igual a eles, até uma pergunta que uma vez fizeram, o que você espera do Lula? falei, caralho, se eu me transformar em presidente e depois de tudo que eu vi na vida eu não souber onde atuar, então eu entrei para roubar, é o que eu espero dele.
Rap Nacional: Agora caindo para o ramo da política, Eduardo, na sua opinião, como está o andamento do governo Lula?? Ainda dá pra acreditar??
Eduardo:
 É como eu citei, expectativa você tem pra caralho, agora na pratica , em melhoria no bolso eu não vi nenhuma, muita gente fala, po Fernando Henrique só Viajava, o Lula também…., né mano, não porque eu tenha algum partido politico, só fazendo um comparativo, também pelo o que eu observei em 2003 , mau pisou no Brasil. Eu espero é mano por ele ter sido metalúrgico, ter feito varias greves no ABC, ter reivindicado, ter sido da esquerda, então criticar ele sabe os lugares certinho, então quem sabe criticar sabe o porque critica e sabe em que lugar você tem que atuar para melhorar aquilo que você criticava, então essa a expectativa que eu tenho, eu acho que mano, por ele ter vindo da onde ele veio, ele tem o traquejo para saber o que ele tem que arrumar, só que na pratica até agora, como entendedor de política do povo igual qualquer um , você vai no mercado o preço é o mesmo, o salário é o mesmo, enfim…é aquele bagulho que o “Luther king” falava, quando os caras fizeram as constituição eles estão assinando a promissória, que todo cidadão ele tem direito, ta ligado ,a um pacto, que todo cidadão tem direito a segurança , liberdade, e a viver dignamente, por enquanto o pacto não esta sendo cumprido mesmo no governo do Lula.
Rap Nacional: Agora indo para um ramo mais complicado, o que vocês acham sobre a venda liberada da Cerveja, e do cigarro?? Já está mais do que provado que essas coisas prejudicam a saúde de uma pessoa, então, porque ainda há um livre comércio desses produtos?
Eduardo:
 É o mercado da hiproquesia né mano, quando você para para analisar a droga licita é tão prejudicial quanto a droga ilícita , então é aquele bagulho, não tem nem muito o que dizer é droga tanto quanto a cocaína, quanto ao crack, entendeu, deixa dependente da mesma maneira, destrói famílias, traz doenças, normalmente o cara que bebe vai ter cirrose, vai ter problemas cardíacos.., cigarros não precisa nem dizer, isso ai é outro bagulho que é complicado, você vê que as grandes industrias sempre vencem, é igual o grande premio do Brasil, que tava proibido, propaganda de cigarro e tal, só que o presidente teve que abrir as pernas né mano, se não não tinha o grande premio, então é mais ou menos assim que funciona!
Rap Nacional: Agora sobre Maconha. Vocês são a favor da legalização?? O que vocês acham da Maconha??
Eduardo:
 Falar sobre legalização é complicado, porque no Brasil isso é legalizado, no Brasil só é preso traficante que convém, aquele que não convêm, trafica, o comercio é livre, tanto de cocaína , quanto de maconha, o uso do bagulho é indiscriminado, qualquer um usa na hora que quiser, então acho que nem precisa da legalização pois na minha opinião é liberado, no pais onde só fica preso quem não tem dinheiro, quem não tem dinheiro e o viciado, prejudicar, prejudica igual qualquer droga, igual o cigarro que da câncer e isso é comprovado, então fica a critério do cara que vai usar, qualquer um que se entende por gente, sabe que o que é droga não é bom, só que ai vai da cabeça do cara, se o cara quer usar, quer cheirar, é a hora que entra o papel do governo, cabia a eles não deixar chegar até você, a partir do momento que chega é complicado
Rap Nacional: Eduardo Como você definiria o DUM DUM em pessoa??
Eduardo:
 Corrida 100%, pra você estar no bagulho a milianos , as idéia tem que bater
Rap Nacional: Quantos anos já de parceria?
Eduardo:
 Desde 90, vai pra 14 anos…então é um bagulho que se a idéia não bate, não vai, tem muitos caras que perguntam, porra você compõe e o dum dum não porque, é um bagulho livre mano, tipo assim, cada um faz o seu papel e faz bem feito, eu faço a letra o dum dum faz os bagulho, canta, e é assim que sempre andou, é um time que até hoje não teve nenhum problema, é um bagulho meio que família, meio que natural, com o tempo você nem lembra mais que é um grupo, ta ligado, um bagulho até engraçado, muitas vezes os caras chega e falam , “porra mano vocês e ´isso é aquilo”, você fala, caralho, é mesmo eu canto rap mesmo, você até esquece do bagulho porque normalmente você lembra disso no dia de cantar ou no dia que você faz a letra, agora no dia dia mano, você e´ tão normal quanto qualquer um, que quando você passa e os cara chega e fala, porra mano vocês apavoram, isso aquilo, a gente fala é mesmo, podecre, nois canta rap, um bagulho meio assim!
Rap Nacional: DUM DUM Como você definiria o Eduardo em pessoa??
DUM DUM:
 Então estamos já a milianos juntos desde 1989/90 por ai, e até hoje 2004, mesma sintonia, mesma idéia, vários componentes também já participaram do facção, vários DJ´s, vários Mc´s também, vários conversinhas, muito disse que me disse, então não bateu as idéias, ae ficou só nois 2 mesmos, e como amigo o cara é gente boa, pra mim o maior letrista do Brasil. E é isso mesmo, estamos ai, firme e forte, até a morte!
Eduardo: E isso ali entrando também a equipe de 2003, que ai, porque normalmente que nem o dum dum falou, sempre cada ano tem uns mano diferente, só que os que estão agora, eu acho que o bagulho ta completo, DJ AR15 que é do grupo holocausto, o maluco arrebenta, entendeu, o maluco é bom pra caralho, acho que vai até entrar pro Hip Hop DJ. Muita gente pergunta, porra mano você canta legal, o dum dum canta legal, vocês arrumam uns back vocal que vou te contar, só que DJ, vocês não tem DJ porque ? Eu falei ó mano acho que o bagulho é natural, a partir do momento que você sai procurando , você vai achar o que não quer, porque mano, primeiramente acho que entra caráter, pessoa, entendeu, um bagulho que nem o facção que é muito fácil, você sobe no palco, cata uma par de mulher, uns maluco te oferece droga, os maluco te oferecem roupa, então é muito fácil você usufruir disso, colar e pagar de santo, e depois de 6 meses começar a mostrar tua verdadeira cara, então derrepente demorou um pouco para ter um DJ firmão , depois da saída do Erick 12, por causa disso mesmo, porque nois precisava de um maluco que fosse muito bom mas também chegasse e representasse, e o AR15 nesse ponto é complicado, não só ele, como o Smith, alias mano, os cara pra mim canta pra caralho, não desmerecendo os que passaram, os que passaram também cantavam muito , todos saíram porque tinha outro role, ninguém nunca saiu porque teve treta ou porque foi espirrado, é porque os cara tinha outra iniciativa, tinha outros bagulho para fazer, mas a equipe de 2003, não porque ganhou nenhum premio, foi pelo dia a dia ali, como pessoa, como show, o bicho pegou,ta ligado, foi da hora mesmo! Rap Nacional: Eduardo, muitos manos no Rap falam do problema, mas não mostram uma solução. Qual solução o Facção Central tem, para um dia podermos ter um Brasil, e um mundo melhor?
Eduardo: No Brasil acho que uma coisa já mudaria tudo, vontade política, o dinheiro ta ai, o pais é fértil, tem riqueza natural, que pais como o Estados Unidos não tem , tem mais petróleo do que por exemplo nos EUA, só que mano, você para e começa a entender que aqui não tem vontade política, pega o Brasil de 1800 e o EUA de 1800 era a mesma coisa, aqui todo mundo diz que não tem preconceito racial, você pega o EUA e o Brasil de 1950, o negro era mais bem tratado aqui do que lá, hoje não tem nem comparação, hoje eles estão mais garantidos, os caras saíram lutaram, reivindicaram, tiveram lideres que fizeram os protestos e aqui não aconteceu isso, então hoje a situação aqui é muito pior do que a do Estados Unidos, então é aquele bagulho, acho que o que falta aqui é vontade, você tem o dinheiro, você tem tudo na tua mão, só que você deixa ser administrado por quem não tem a mínima intenção de ver a tua melhoria. Já no Rap eu acho que falta a verdade, no Rap, muito maluco não vai com a tua cara, mas na tua frente te abraça , te beija, e por traz o que ele puder te fazer para te zoar, ele faz, isso é muito natural , então não existe a união aqui, quando os cara fala, ohh 5º elemento, o 5ºelemento é união mano, porque é aquilo, não adianta você se envolver, as vezes você quer e muitos ficam falando, porra Facção Central tem mó poder na mão, ta ligado, forma opiniões e pá, só que mano, nunca ta numa por exemplo, uma iniciativa e tal num bagulho social, primeiro que a letra que a gente faz já é um puta trabalho social, a partir do momento que você canta o que tiver que ser cantado, assumindo qualquer risco diante de policia, político, censura, se já ta fazendo alguma coisa, só que toda mão que a gente se envolveu com os cara pra fazer algum bagulho beneficente, era o maluco que queria se aparecer pra quebrada, era o maluco que estava pegando comida e vendendo ou pegando para ele e distribuindo para os truta, então quer dizer, projeto mesmo de verdade são poucos os que a gente viu, pro exemplo, quando a gente viu um projeto mesmo de verdade que era o da febem, a gente abraçou, não tem nenhum ibope, só passa dentro da febem, não deu dinheiro, não é lucrativo, fizemos nossa musica, fizemos lá no Erick12, bagulho ficou da hora, mandamos lá pros cara e acabou, porque ali a gente viu que era um bagulho que valia a pena!
Rap Nacional: A poucos dias publicamos a noticia no site que o Erick 12 estaria voltando a produzir para o facção Central, Como que ta essa cena?
Eduardo:
 Não é nada contra quem produziu antigamente, só que é aquele bagulho, primeiro que o Erick 12 na nossa opinião é um dos melhores produtores, toda mão que produziu o bicho pegou, então é um bagulho importante de ser lembrado, outra coisa, o Erick 12 é de São Paulo, pra nois muito mais fácil, o “Direto do campo de extermínio” foi uma experiência que nois montamos um estúdio aqui em casa, não gostei, acho que não tem a ver com o bagulho, não pela pessoal do Fabio Macari, eu acho que atrapalha, casa é casa, trabalho é trabalho, então quando embola tudo fica zuado, então , o Erick12 tem esses bagulho, além de ser um puta produtor, já ter trampado com nois, já entende, sabe o timbre do dumdum, o timbre da minha voz, o jeito de construir a base que a gente curte, então na verdade é isso que vale, Fabio Macari e o Erick12, só que o Erick está mais próximo ta ligado, então é por ai.
Rap Nacional: Quais são os próximos projetos do Facção Central??
Eduardo
: Ó mano sinceramente, agora nois estamos bem votado a montar um puta CD, muitos caras acham que o “direto do campo de extermínio” é o supra sumo do facção, que ali não tem como derrubar e aquele bagulho, é isso até um conselho que eu dou pros outros grupos de RAP, você não tem que tentar ser melhor do que os outros grupos, você tem que tentar ser melhor do que o seu trabalho anterior, e é isso que acontece, eu vejo muito maluco tentando ser melhor que os outros e na verdade perdendo pra ele mesmo, então muita gente ta falando , pow “direto do campo de extermínio” é foda e pá, e a nossa intenção é em 2004 fazer um disco duplo melhor que esse, tanto melhor na capa, no encarte, nas base, na produção, fazer um bagulho que esse sim seja o supra sumo do facção central,.. para 2004, porque em 2007 tranqüilamente vamos querer derrubar, você não pode parar no tempo, igual eu falo pros cara, pão amanhecido não é ruim ? comida fria não é ruim? mesma coisa, aplausos do disco passado não é legal, os caras aplaude você porque “a marcha fúnebre” é louco, é bom, só que hoje eu quero aplausos do menino do morro, do estrada da dor, deus anda de blindado, porque essas musicas são as atuais, a mesma coisa quando sair o disco novo se os cara chegar pra mim e falar, porra Eduardo a musica nova é legal mas as do disco passado arrebentava, você já vai ficar em depressão , porque você trampou pra caralho pra ser melhor, então graças a Deus eu tenho a consciência que “o direto do campo de extermínio” em relação “a marcha fúnebre prossegue”, não digo nem de produção, porque não faz parte da gente , a gente ali é letra, vocal e pá, eu acredito que o “direto do campo de extermínio” em relação a marcha fúnebre e os outros, é o melhor..
Então agora a intenção é fazer de novo isso ai, que é a única maneira de você estar evoluindo e sempre mostrando pra favela o respeito ta ligado, os cara vão olhar e falar porra, os cara já tem ibope, tem o nome, podia falar qualquer coisa, porque normalmente você compra primeiro e ouve depois, mais não, os cara não usaram da má fé , fizeram um puta trampo, pro cara comprar primeiro e ter a certeza de quando ele for ouvir na goma, ele vai ouvir um puta bagulho feito de coração, um bagulho aplicado, porque mano, você tem que entender, que você escolheu isso aqui pra sua vida depois de Deus ter te dado um boi mano, nois não prestamos concurso pra porra nenhuma, Deus falou toma o DOM. Se você pegar e não valorizar isso ai, é complicado, né mano, derrepente nois poderia estar no crime, podia estar ai ganhando 200 R$ por mês , chegando aqui em casa com umas par de dificuldade, ninguém está rico, mais graças a Deus, hoje nois vive de RAP, um bagulho que nois não fizemos nada para merecer o DOM, e eu sempre falo, não fizemos nada para merecer o DOM mas vamos fazer para merecer o aplauso!
Rap Nacional: No disco anterior vocês fizeram com uma gravadora maior, de nome e de grande estrutura e esse disco vocês fizeram com o pessoal do FACE DA MORTE, como que foi essa experiência?
Eduardo
: A gente sempre trabalhou com gravadora independente e uma vez trabalhamos com uma gravadora grande, gravadora independente que a gente sempre trabalhou não tinha a estrutura adequada mais tinha boa intenção.A Gravadora grande que a gente trabalhou, era só filho da puta com dinheiro pra caralho, com Mercedes de 300 mil reais no mínimo, tinha estrutura para ter feito o que quisesse, tinha dinheiro para colocar em qualquer radio, fazer clipe, fazer comercial, tinha dinheiro pra caralho, só que não acreditava, o que que aconteceu, foi maluco que derrepente viu você com nome da mídia por causa do processo e falou porra, esses maluco ai vai dar um dinheiro, então vamos tentar catar eles gravar e pegar o dinheiro deles, foi quando a gente começamos a entender verdadeiramente a filosofia do Boy, o boy não quer gastar o que ele já tem ele quer o teu, então na verdade é isso ai, os caras cataram o facção para tentar roubar o pouco que a gente já tinha, tipo assim, o boy pensou “ah gasto com os caras ali pra prensar, ta ligado, pago o estúdio, vai ser o Erick12 mesmo que produz , que na época era do grupo, então não vai cobrar muita coisa , então firmão, já era, ta feito, gasto 10 conto e ganho 100, e é assim que estou ficando rico, só que na verdade, foi mais ou menos o que aconteceu, só que ai né mano, você não está marcando, você não está ali de chapéu, começamos a reivindicar, treta daqui, treta de lá e acabamos saindo fora, ai tinha dois caminhos que a gente nunca tinha andado, um era gravar por nois mesmo, era um bagulho que toda mão os cara falava porra mano, porque vocês mesmos não gravam , tem nome pra caralho e talz, e outro bagulho era gravar pelos cara que canta RAP também, então a principio a proposta do HErlei e Chupim , que são os sócios , Face da Morte, apareceu um bagulho da hora, e ai na época nois não tinha condições de fazer e os caras chegaram com uma proposta da hora, e aceitamos, é aquele bagulho, voltando até a tecla do Lula, é um cara que você viu ali no RAP, viu sofrendo também, o cara sabe o que tem que ser feito, sabe que tem que ter pôster na galeria, tocar no radio, então nois acreditamos, pra não falar, a única coisa que ainda não rolou, foi o vídeo clipe. Mas tocou bem pra caralho nas rádios, distribuiu da hora, pôster com respeito, até a premiação do Hutus tem tudo a ver com os caras , também que divulgaram muito bem, o Cd está no Brasil inteiro e tipo assim, na verdade foi a melhor gravadora que trabalhou e tanto é que o disco novo eu diria que 99% está quase para fechar com o Face da Morte, dificilmente a gente não vai fechar, mas falta alguns detalhes e tudo indica!
Rap Nacional: Eduardo e Dum Dum, vocês não pensam, ou nunca pensaram em lançar um cd solo??
Facção Central:
 As vezes até passa pela cabeça, só que tipo assim a gente tem uma média de 1 CD a cada 2 anos, então nesse tempo você está trabalhando o CD, então pra você fazer isso, o que que acontece, teria que ficar sem gravar um Facção, uns 4 anos por exemplo, teria que lançar um facção agora em 2004 por exemplo, ai em 2006 lançar os solos, que na verdade seria um facção central separado, com outro nome, daria na mesma coisa, e só lá pra 2008 por ai sair outro cd do facção, e na verdade nois vende é Facção Central e sempre foi assim, até pensamos , mas também pensamos no lado financeiro, as vezes a casa ta caida, tem varias propostas, paro e falo, acho que vou ter que abraçar aquela ali porque o bicho ta pegando, RAP é foda tem show a família ta de barriga cheia, não tem show o bicho pega, então é daquele jeito, os cara fala, pÔ, ta nadando, ta sorrindo à-toa, achou dinheiro, só que não é assim não mano, bagulho é daquele jeito, quando você vai fazer o show os cara não entende que tem o transporte, tem a equipe inteira, no final quando você para para fazer a media do mÊs, você ganha igual qualquer funcionário ai, tipo assim você não tem uma vida de artista da globo, você não tem uma vida de pagodeiro, o RAP é outra fita!
Rap Nacional: Dum Dum, a sua parceria com o Eduardo no Facção Central foi uma das coisas que mais deu certo no Rap Nacional. O que você tem a dizer sobre a sua amizade com o Eduardo, e sobre a sua função no Facção Central,? já que o Eduardo é o cara que mais escreve
DUM DUM:
 Só ele escreve no barato entendeu, ele tem a cara já do barato, se outra pessoa escrever acho que não tem nada a ver, acho que é ele mesmo no barato, e a parceria com ele deu certo porque, eu conheço ele já a muitos anos, moramos na mesma quebrada, inclusive somos da mesma família, eu sou casado com a irmã dele já faz mais de 9 anos, e é isso ai sempre vai dar certo porque com a gente não tem treta e nunca teve , também se tivesse acho que a gente não estaria juntos até hoje e é isso ai!
Rap Nacional: Eduardo, muito obrigado pela entrevista, o site www.rapnacional.com.br agradece, de coração, por ter recebido a gente em sua casa, somos um site independente ta ligado, não dependemos de ninguém, a gente faz a parada porque a gente gosta mesmo, de coração, a gente acredita na parada, e a gente sai da nossa quebrada lá do outro lado da oeste, viemos aqui pra sul bem recebido ai pelos contatos, e a gente no nome do site gostaríamos de agradecer ae a atenção , de ter dado essa oportunidade de conhecer melhor vocês , ter colado na quebrada de vocês, o facção as vezes ajuda a gente sem saber, entendeu, as vezes colocamos uma noticia, uma foto no site, a rapaziada cola, quer saber de vocês, então a gente fica mó feliz em colar aqui mesmo, em poder fazer essa entrevista da hora, conhecer mais, que a gente possa colar aqui outras vezes, com outras perguntas, falar de outros assuntos e a gente possa estar aprendendo e poder ajudar, porque Rap é essa fita que o Eduardo falou, O Rap é essa fita, tem que ser um ajudando o outro sem hiproquesia mesmo, ser um bagulho verdadeiro, independente de dinheiro de ser perto ou longe , e fazer o barato andar de verdade!
Facção Central: O que nois tem a dizer é só agradecer, ainda mais nois que também acessa a internet, ta ligado né mano, o Rap Nacional, é um site que até falei com vocês ali em Off né mano, é o site que eu observo, entendeu, que fala de todos os grupos, não to nem criticando os outros, ta ligado, eu nem sei o que os outros falam ou não falam , é um site que eu vejo que todos grupos sempre tem espaço, as festas por mais mínimas que seja , sempre tem a cobertura , então diria que o bagulho é bem povão, normalmente quando é bem povão já tem a ver com o Facção, vocês faz um papel louco, que é estar em tudo quanté festa, eu acho que é assim mano, o rap é tipo assim , esta enraizado na humildade, na simplicidade. Muitas vezes você cola num evento que parece que vai ser o evento mais loco do mundo, e ali não tem os verdadeiros, é igual aquele bagulho que até falei pra você, cobre lá o Snoop Dogg Dogg de 40 a 120 reais, não vai ter dos nossos lá, vai ter dos nossos que teve que roubar para ir lá, isso ai pra mim na periferia, você trazer o Snoop Dogg Dogg, trazer atrações americanas que a favela sempre sonhou em ver, num preço desse , você está pedindo pros cara meter os canos pra ir ver o show, você está incentivado é o crime, então eu acho que é assim, quanto mais simples for, mais humilde, claro também não adianta fazer um bagulho humilde , cobrar um preço popular, se vem uns 4 ou 5 filho da puta pra querer comprar tudo, só que por outro lado também tem que saber organizar pra ninguém ficar de fora na hora das bandas, então o bagulho é bem complexo, uma boa organização, os cara entendendo que tem que respeitar o bagulho, porque mano, tem que entender, o bagulho é nosso, é de vocês , é do cara que ta na periferia, porque mano, os cara fala po, mais só lucra com o RAP os cara que canta, o cara que promove a festa, mas porra, todo mundo não faz o show de corpo e alma? não faz o bagulho? então essa é a troca ali no bagulho, então todo mundo tem que entender que o bagulho é de todos nois, tem que saber cuidar, e é desse jeito que o bagulho anda!
O RAP é favela, favelado é gente humilde , por exemplo o cara que ta na goma dele derrepente ali na hidromassagem, ele não entende que 1 Real faz diferença em uma determinada família, estamos falando de gente que vende bagulho no farol, de gente que pede esmola, de gente que rouba para sobreviver, de gente que rouba para realizar sonhos, então mano eu acho que no Brasil não está certo você trazer atrações nesse nível de preço, é minha critica mesmo, eu acho que o bagulho é favela e favela tem que pagar no Maximo 10 reais, que já é difícil pra caralho, é difícil até umas horas, então não acho certo, você trazer bandas que os caras sonharam em ver e na mão que eles colar aqui, tanto Public Enemy, vi uma par de maluco falar, tipo ta ligado, “caralho meu ,p orra, meu sonho era ver o bagulho e não vai dar pra ver!”
Rap Nacional: Aqui em São Paulo pouca gente viu né, mas no Rio teve uma atitude legal dos caras do hutus que fez o barato a preço popular!
Eduardo:
 Eu achei muito louco também o Public Enemy. em sí, eu achei que eles ia vir com aquela arrogância dos americanos, aquele ar de superioridade, mas não, os cara tava ali no meio da banca, trocando idéia , até o Macari estava com nois e tem um truta nosso que morou em Boston que fala inglês também, então os cara ali trocando idéia com a banca me surpreendeu, humildade, então foi até uma lição, que espero que vários grupos tenham visto ali né mano, porquê ai, tem umas par de maluco que mete mala, nariz empinado, e o Public Enemy , um dos melhores , indiscutivelmente, tava ali trocando idéia com todo mundo, mesmo patamar, tratando todo mundo como ser humano!
Rap Nacional: E a todo momento lá no hutus eles até citaram que o RAP do Brasil tem muito mais atitude do que o RAP Americano!
Eduardo:
 É eu acho que é esse o ponto, vamos até partir do principio, você coloca o ingresso a 120R$, nois que canta rap não vamos no bagulho, porque não temo, se eu der 100 conto pra ver Snoop Dogg Dogg, FUDEU, as panelas vão ficar vazias uma cota, então mano daquele jeito, a partir do momento que você colocou lá, 100 conto, já não foi o Facção, já não foi os favelados, já não foi outro grupo também que não tinha dinheiro, quem que vai? por 10 reais , vai começar a ir os boys, ai os boys não gosta de ouvir RAP de violência, RAP que é contundente, que tem um discurso áspero, boy gosta de balançar o rabo, então a partir do momento que o boy invadiu, um grupo ou outro vai começar a mudar o estilo dele, então quando você ver, passa o tempo, daqui a 10 anos, o Rap Nacional ta igual o Rap Americano, só dinheiro, Hiate, piranha de calcinha, champanhe , garrafa de cristal e a essência do bagulho sumiu, muita gente fala, porra é só mais um evento, um evento pode estar começando a ser um vírus do bagulho, hoje o bagulho é favela, por isso que até você vê, tem o respeito do Public Enemy, que a partir do momento que você parar e traduzir as letras dos americanos e comparar as do brasileiros, não tem comparação, não só na atitude, muitas vezes os caras falam, porra aqui tem mais atitude, fica parecendo que é um bagulho tipo assim, vocês são mais sérios, mas o talento está lá, eu não diria que é só atitude, acho que aqui tem mais criatividade, e só não tem o que eles tem, derrepente o dinheiro, aquela estrutura para fazer os clipes em cinema, você ve tanto vídeo clipe jogado fora, vários vídeo clipe muito louco, tem uns mano que traduz as letras pra nois , po se você ver você desacredita , aqui se matando pra fazer um vídeo clipe para mostrar a realidade do seu cotidiano, do cotidiano dos cara e não tem o dinheiro e os cara lá tem sobrando pra fazer um monte de merda!
Rap Nacional: Sem contar que aqui a gente acaba investido mó grana num vídeo clipe que por menos de 5/10 pau não sai, pra passar em um programa que a gente só tem o espaço de 1 hora né mano…
Eduardo:
 Espaço de uma hora , e por exemplo, na minha casa só pegou quando descolamos uma TV a Cabo ai, ..praticamente nunca assisti MTV, nunca pegou em casa, aqui não pega, aqui no Grajaú onde nois estamos não pega MTV, então quer dizer , você gasta pra caralho, faz um vídeo clipe e não tem nem onde veicular o bagulho, porque é tipo assim, MTV é praticamente não diria nem um canal aberto, pra cá é como se fosse de uma TV paga, porque não pega aqui, aqui você vai ter que comprar uma parabólica para poder ver 1 hora de YO!
Rap Nacional: Que toca vários gringos e poucos nacionais…
Eduardo:
 Exatamente, é tipo assim, você pega a MTV e já na grade de programação do dia já toca vários gringos, porque toca o Nelly, Ja Rule, entendeu, os cara da moda, ai chega na hora do YO também só gringo, mas é isso que estou falando , o RAP tem a engrenagem, é só a gente colocar o óleo no lugar certo, limpar que ela começa a funcionar, só botar os pingos nos Ísis, entender o porquê que por exemplo o negro americano conseguiu evoluir, buscar os direitos deles , foi porque reivindicou, porque buscou, porque trabalhou para isso, é a mesma coisa, a gente tem que começar a entender e valorizar o que é nosso, não adianta ficar pagando pau pra americano, não adianta, os caras querem que a gente se foda, a gente nem existe pra eles, pra eles a capital do Brasil é Buenos Áries , os caras não sabem nem o que que é brasileiro, o que que é Argentino, também não tem nem porque saber, porque nois também não tem nem o porque saber , temos que saber qual que é a historia do Brasil, nois tem que viver nosso mundo aqui, se informar e pá, valorizar o que é nosso, a partir do momento que qualquer programação tocar 98% de Brasileiro e 2% de Americano ae nois vamos começar a evoluir!
Rap Nacional: Sabotage foi um cara que apareceu muito na mídia, representou o Rap até umas horas, e hoje infelizmente se foi e a família dele esta passando vários apuros, e ninguém foi lá acudir a família dele, você acha que isso é um espelho para os grupos ?
Eduardo:
 Isso ai é primeiro o espelho do que mostra a realidade, muita gente acha que só porque você sobe no palco , você é cheio do dinheiro, o mano fazia tanto show quanto o facção, tinha até mais disposição na mídia do que o facção, e quando ele se foi a familia dele ficou nessa situação drástica, então o bagulho é dramático mesmo, pros grupo entender, saber valorizar o pouco que ganha, não que eu esteja dizendo que o mano não valorizou, nem conhecia ele tão bem, trocava uma idéia ou outra nos shows, e é aquele bagulho, tem que ser hoje daquele jeito, o que os grupos puder ser solidário tem que ser, tanto é , nem lembro, acho que foi o DJ Hadge que convidou o facção para estar num evento que iria reverter o dinheiro para família do sabotage, falei ó mano, no que quiser pode contar com facção, é um bagulho que estamos plantando não só pra ajudar a família dele, mas o dia que acontecer com agente também, porque ninguém é imortal ta ligado, a gente sabe o que canta, sabe o tanto que a gente é odiado por determinadas pessoas, então derrepente uma hora ou outra alguém realiza o sonho e derruba a gente, a família fica e a gente espera que o RAP também faça o que nois estamos tentando fazer ali, e tem que ser dessa maneira mano, porque, porra, você fabrica sonhos , você fabrica momentos, porque a sua musica derrepente é trilha sonora de pensamentos bons, pensamentos ruins, de momentos de diversão, então você está presente no intimo de varias pessoas, só que derrepente, é aquele bagulho, você não é mais uma pessoa, como você era, você é um cara que fabrica sonhos, fabrica ilusões, fabrica situações, vontades, abre o olho de muita gente que esta ali de chapéu achando que o mundo ta bom, você faz tudo isso só que derrepente você morre e o que ficou para traz ninguém valoriza, é tipo assim, quero que que em goste da gente , goste da nossa família também, e quando não puder mais comprar o nosso CD , pelo menos não deixa quem ficou para traz de qualquer jeito.!
Dum Dum: Consideração de vocês sem palavras ai, firmeza, um abraço para todas as pessoas que votaram no facção central, e tenham mais Deus no coração, é isso ai!

Um comentário:

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